
“Você sabe o que é rock’n'roll?”, ele perguntou em 1978, “sou eu e minha banda tocando hoje à noite para o público e amadurecendo com esse público”. Uma postura que o transformou no músico branco mais bem-sucedido desde Elvis Presley, seu ídolo maior.
Ele comprou sua primeira guitarra depois de ver uma apresentação de Elvis na tevê, tinha 15 anos quando iniciou uma sucessão de bandas colegiais em Freehold, cidadezinha ao sul de Nova Jersey. The Rogues, The Castiles, Earth, Child, Steel Mill, Dr. Zoom and the Sonic Boom… Então trocou Freehold pelo circuito do Greenwich Village, a famosa zona boêmia de Nova York, onde passou a tocar regularmente com a The Bruce Springsteen Band, em meados dos anos 60.
O empresário Mike Appel teve um papel fundamental em sua carreira, ele conseguiu uma audição com o bluesman John Hammond, o produtor-executivo da Columbia Records, que acenou-lhe com um contrato depois de ouvir as canções que entraram no álbum de estréia Greetings From Asbury Park (1973). O disco não foi um sucesso comercial mas chamou a atenção da crítica, que atribuiu à sua criação autoral um valor comparável ao de Bob Dylan.
The Wild, The Innocent & The E-Street Shuffle, lançado no mesmo ano, também recebeu críticas favoráveis sem o retorno ansiado pela gravadora, que resolveu apostar na sensação de sua performance ao vivo.
Com a rebatizada E-Street Band – formada por Clarence Clemons (saxofone), ‘Miami’ Steve Van Zandt (guitarra), Danny Federeci (teclado), Roy Bittan (piano), Garry Tallent (baixo) e Max Weinberg (bateria) – Springsteen era eletrizante, instingava o público. Foi durante essa turnê que ele conheceu Jon Landau, o crítico que escreveu a famosa predição: “Eu vi o futuro do rock’n'roll e seu nome é Bruce Springsteen”, no artigo Growing toung with rock’n'roll, publicado pela The Real Paper em 1974.
Landau e Springsteen ficaram amigos e logo começaram a trabalhar juntos, mas a idéia não agradou Mike Appel, que abriu uma ação judicial mal-sucedida para impedir a parceria. O processo correu até 1977 e neste período, além de trabalhar no material de Born to Run (1975), Bruce também compôs para outros artistas, como o Southside Johnny and Astbury Jukes, que gravou ‘Fever’, e Patti Smith, que gravou ‘Because the Night’.
Seu status de cronista das esperanças e sonhos do proletariado passou a vigorar a partir de Darkness on the Edge of Town (1978), com seus personagens imersos numa América cada vez mais problemática. Com o duplo The River (1980), que vendeu dois milhões de cópias, Springsteen estabilizou esse universo instaurando a característica que permeou sua discografia posterior, com carros e estradas (‘Cadillac Ranch’, ‘Ramrod’, ‘Drive All Night’) servindo de metáforas sobre a vida.
Entretanto, até aqui, nenhum surpreendeu mais que Nebraska (1982), tanto pela introspecção quanto pela maneira como foi produzido, Springsteen usou um gravador de quatro canais para registrar histórias do Vietnã, de vida dura e de amores perdidos. Dez canções embaladas na harmônica e no violão. Ele não quis fazer shows, queria continuar compondo e, nesse ínterim, Van Zandt deixou a banda para seguir carreira solo. Nils Lofgren assumiu o seu lugar.
Dizem que Springsteen escreveu mais de 70 canções até ficar satisfeito com o material que elevou sua carreira à estratosfera. Em Born in the USA (1984), ele definiu a América dos anos 80 e sua própria imagem, explicitando a visão cosmopolita que preza os Direitos Humanos, as causas ambientalistas e lamenta as guerras inglórias. Ainda assim, houve quem usasse a faixa-título para fazer politicagem, como o ex-presidente Ronald Reagan, que citou a letra da canção em seus discursos de campanha.
Em abril de 2004, por exemplo, o grupo PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) criou uma peça publicitária ilustrada por um homem gordo de costas acompanhado da frase “Obese in the USA” para mostrar o que a junk food fez à América desde o lançamento do disco. A organização considerou o histórico de Springsteen em causas humanitárias para criar a paródia, mas tiveram que tirá-la de circulação porque os empresários dele acharam que o público poderia interpretar como zombaria. Bruce não se importou.
“O público constrói seus pontos de vista partindo de muitas fontes e eu tento ser uma delas”, diz Springteen, “tento falar da maneira mais simples sobre o que me afeta e o que me importa para fazer as pessoas pensarem a nossa identidade: quem somos, pelo que lutamos, para onde estamos indo. Estas questões constituem parte fundamental do meu trabalho, sempre foi assim.”
‘Streets of Philadelphia’ entrou no Top Ten de 1994 e recebeu quatro prêmios Grammy, um Oscar e o 68º lugar na sétima lista compilada pelo Instituto Americano de Cinema (AFI), que selecionou as 100 melhores trilhas entre 400 indicações. A canção tocou tanto que empurrou o Greatest Hits (1995) para o 1º lugar em vendagem e Bruce fechou o ano com The Ghost of Tom Joad, álbum basicamente acústico que soa como uma continuação mais melancólica de Nebraska. Depois disso passou um tempo considerável sem gravar, mas produziu material novo para os fãs.
Então veio a turnê mundial que celebrou o reencontro com a E-Street Band, tendo Lofgren e Van Zandt nas guitarras. A bateria de shows durou mais de um ano e na volta eles decidiram entrar em estúdio para gravar o primeiro álbum do grupo em 18 anos, e o primeiro de Springteen desde 1995. Disco que compôs um retrato das pessoas que tiveram suas vidas transtornadas pelos acontecimentos de 11 de setembro de 2001.
Por entender que a eleição presidencial não se restringia a uma questão interna de seu país, em 2004 Springsteen encabeçou o movimento mais abertamente político de toda a história da música, o chamado ‘Vote for Change’, que reuniu 20 bandas numa campanha de 34 shows em 28 cidades americanas para esclarecer as pessoas sobre a importância de votar contra a reeleição de George W. Bush. Mas, apesar dos esforços, o senador John Kerry perdeu com 49% dos votos.
CAPA DOS ALBUNS:
OBS: CLIQUE NO NOME DOS ALBUNS, PARA ESCULTAR AS MUSICAS
OBS: CLIQUE NO NOME DOS ALBUNS, PARA ESCULTAR AS MUSICAS

WORKING ON A DREAM 2009

MAGIC 2007

HAMMERSMITH ODEON, LIVE '75 2006




THE RISING 2002




TUNNEL OF LOVE 1987







The Wild, the Innocent & the E Street Shuffle 1973

VEJA VIDEOS DESSA BANDA :
BRUCE SPRINGSTEEN - Born To Run
BRUCE SPRINGSTEEN - Streets Of Philadelphia
Nenhum comentário:
Postar um comentário